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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Bíblia de Genebra: Uma Tradução Perdida noTempo



Talvez você, como eu, tenha assistido ao excelente filme The Book of Eli e se deparado com a famosa Bíblia chamada Versão Rei Jaime (King James Version), mas pouquissimas pessoas sabem que esta Bíblia teve uma precursora e, muito menos, que ela se chama Bíblia de Genebra. À época do seu lançamento, em 1560, ela logo se tornou um best-seller, devido a seu tamanho e à notória facilidade em manuseá-la, bem como a sua exatidão textual. Diferente daqueles modelos pesadões que repousavam nos atris das igrejas da Ídade Média que, a bem da verdade, serviam mais de enfeite do que para qualquer outra coisa, a Bíblia de Genebra caiu logo no gosto de famosos dramaturgos, como Shakespear e Marlowe, servindo, inclusive, de referência para citações em seus textos.



Idealizada por um grupo de refugiados protestantes ingleses e patrocinada pela burguesia protestante da época, a Bíblia de Genebra teve sua semente plantada, por óbvio, na Suíça. Acolhidos pela comunidade protestante daquele país, os ingleses buscavam fugir de ferrenha perseguição perpetrada pela rainha católica, Maria Tudor. Com um parque gráfico já bem estabelecido e um elevado interesse na leitura da Bíblia, os visionários protestantes ingleses iniciaram sua produção.



Confesso que falhei na tentativa de buscar uma correlação entre a fuga dos protestante ingleses para a Suíça e a fatídica noite de São Bartolomeu. Ícone e marco maior da intolerância religiosa na Europa, aquela noite foi uma página manchada de sangue na História Francesa, onde quase cem mil huguenotes (protestantes franceses) foram mortos nas ruas de Paris e, logo depois, emoutras cidades francesas. O que pode ter acontecido é que a influência dos protestantes ingleses junto à burguesia mercantil européia os tenha alertado e, consequentemente, trilhado por um caminho mais seguro. A iminente concretização de um maciço massacre na França, que, de fato, aconteceu, poderia gerar temor e receio, aos ingleses, de que tal modelo pudesse ser seguido à risca pela, então monarca, Rainha Maria, conhecida pela sua ira doentia aos protestantes e o seu método peculiar de diálogo. Mas, e isto fique bem claro, é só o que eu penso. Talvez a idéia seja pertinente, talvez não.


Traduzida para o inglês por William Whittingham e seus assistentes, a Biblía logo tornou-se popular na Inglaterra e na Escócia, sendo levada, algum tempo depois, a diversas colônias britânicas espalhadas pelo mundo. A Bíblia de Genebra foi a primeira Bíblia escrita no idioma inglês a usar um método com o qual, até hoje, o mundo inteiro está bastante familiarizado: a divisão numerada do seu texto em versículos. Somando-se a tudo isso, ela foi a primeira a implementar a utilização de títulos corridos e o uso de palavras chave para facilitar a busca de uma passagem especifica, bem como o uso de gravuras, prefácios, mapas, tabelas genealógicas e até uma seção de incentivo à leitura diária da Bíblia. Além do mais, o sentido original hebráico de algumas palavras foram conservados na Bíblia de Genebra como, por exemplo, o nome de Deus, Jeová.


Como não poderia deixar de ser, a tradução encontrou terreno fértil em polemizar algums aspectos, mas um, em particular, sobressaiu-se mais que os demais. A Bíblia de Genebra trazia, ao longo do seu texto, notas márginais que, segundo seus idealizadores, serviam ao próposito de facilitar o entendimetnos dos leitores, haja vista a Bíblia trazer, segundo eles, algumas passagens de díficil entendimento. As notas marginais não eram novidade alguma, pois Tyndale, vinte e seis anos antes da publicação da primeira edição da Bíblia de Genebra, já as havia usado. A polêmica foi apontada, sobretudo, pelo fato de tais notas serem apontadas como deturpadoras e insidiosas. A mais suspeita e conhecida voz a levantar-se contra elas foi o Rei Jaime I, apontando-as como imparciais e incorretas. Não era para menos! A Bíblia de Genebra questionava o "direito divino" dos reis.



Em retaliação, o Rei Jaime arquitetou uma nova tradução, acreditando, piamente, que, com ela a Inglaterra se veria livre, para sempre, da Bíblia de Genebra. O maior entrave enfrentado pela Versão Rei Jaime pela sua aceitação no século 17 foi a contínua popularidade e aceitação da Bíblia de Genebra. Depois de se tornar a Bíblia oficial da Escócia, muitas edições ainda continuaram a ser públicadas até 1644.


Mais que qualquer outra tradução inglesa, a versão traduzida pelo Rei Jaime deu sinais de patente hipócrisia, quando historiadores, ao analisá-la, perceberam que ela, mais que qualquer outra, foi influenciada pela versão de Genebra, a exemplo de algumas frases como "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade" e "Salomão, em toda a sua glória". (Eclesiastes 12:1 e Mateus 6:29, respectivamente.)



Mesmo esquecida, a Bíblia de Genebra deixou consolidada sua marca no coração daqueles que amam a palavra de Deus, a estudam e seguem seus preceitos, vinculados em uma inabalável fé Naquele que os amou tanto, a ponto de dar Seu único filho em sacrifício.

Abraços.

P.S. - Se gostou, comente por favor

13 comentários:

  1. Confesso que tenho um exemplar dela mais atual e tradução para o Português, ok, parabéns pelo post deste quilate e alto nível.

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  2. Minhas Poesias Irradiantes,

    Conserve-a, pois devem ser poucos os privilegiados que a possuem. Grato por ter gostado do post. Abraço.

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  3. È curioso que existam várias versões e interpretações da Bíbila Sagrada. Não sabia que a versão "King James" era adaptada de acordo com os interesses do Rei,pensava que sua tradução era bastante precisa...
    Parabéns pelo post.

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  4. Minhas Poesias Irradiantes,

    Como possui esta versão? comprou ou ganhou de herança? familiares passados a deixaram?

    Caso saiba onde posso arrumar uma, me informe: jonatha_web@oi.com.br

    Abraços.

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  5. Meu irmão...comprei uma ''Biblia de Estudo Genebra'' edição revista e ampliada...MUITO HEREGE E OCULTISTA...me arrependi amargamente...tá aí o toque não compre a atualiza da EBB é uma fraude!!!Quem tiver ela é só ir lá em MT-1:25....e compare com uma bíblia normal e vai ver q ele ocultaram a palavra ''PRIMOGÊNITO'' relacionado a Jesus...isso é uma de um monte... Fiquem na paz!!!

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  6. E a propósito gostei da hitória da Bíblia de Genebra...MUITO BOM...fica na paz!!!!!!!!!!!

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  7. Janiel, a Bíblia a qual você se refere pertence a SBB, e não a EBB. Realmente, ela é muito mal falada. Obrigado pelo comentário.

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  8. Eu tenho 09 exemplares da bíblia sagrada. São várias traduções, que ensejam uma só dificuldade. Qual é a cópia mais fiel de todas. Sim cópias, porque os autógrafos originais se perderam todos. Até o século IXX, ou começo do XX, as bíblias pós-reforma era derivados dos textos massoréticos (AT) e o texto receptus (NT). Ocorre que descobertos mais "textos", mais antigos que os anteriores, dai que os "novos" foram disseminados em lugar dos outros. Mas todos são cópias das cópias. abraço.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Luz de inteligência,

    Existem determinadas edições da Bíblia que foram, sim, traduzidas originalmente do Hebraico e Aramaico (AT) e Grego (NT). Sem querer adentrar o mérito religioso, tendo em vista ser um assunto muito delicado, é lógico que algumas traduções são altamente tendenciosas. Não há necessidade, por exemplo, algumas Bíblias omitirem o nome de Deus, que é Jeová, ou, ainda, disseminarem o doutrina da trindade, também carente, na minha opinião, de qualquer tipo de fundamento. Considerando que você me pediu uma opinião, aconselho-o a ler a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de Jeová; Indico, também, dependendo do seu acesso a ela, a Luther Version (Versão de Martinho Lutero), uma versão traduzida do Latim para o Alemão por um homem que desafiou uma instituição poderosa, como era a igreja, apesar de, àquela época, estar em franco declinio, muito embora ele estivesse acobertado por uma influente família de burgueses que apoiavam a nova onda reformista.
    Espero tê-lo ajudado.

    Abraço.

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  11. tu é testemunha de geova

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